
A história da licitação remonta a tempos antigos, quando as primeiras formas de administração pública começaram a surgir. No entanto, o conceito moderno de licitação pública, como um processo estruturado e regulamentado para contratação de bens, serviços e obras, começou a se consolidar a partir dos séculos XVII e XVIII, em meio ao fortalecimento dos Estados nacionais e à necessidade de promover transparência e eficiência na gestão dos recursos públicos.
Na Antiguidade, práticas similares à licitação já eram adotadas. No Egito, por exemplo, registros históricos mostram que contratos para construção de pirâmides envolviam algum tipo de competição entre os trabalhadores. Na Roma Antiga, o Estado realizava concessões para obras públicas, como aquedutos e estradas, muitas vezes por meio de processos de concorrência entre empreiteiros.
Com o passar dos séculos, a evolução das práticas licitatórias acompanhou o desenvolvimento das estruturas estatais e jurídicas. Na Idade Média, as licitações eram usadas principalmente para obras públicas em reinos e impérios europeus. No entanto, a falta de regulamentação clara frequentemente resultava em favoritismos e corrupção.
No contexto moderno, a Revolução Industrial e o crescimento das economias capitalistas trouxeram a necessidade de criar normas mais padronizadas para as contratações públicas. A França, com o Código Napoleônico, foi um dos primeiros países a estabelecer regulamentos que influenciaram sistemas de licitação em todo o mundo.
No Brasil, as licitações começaram a ganhar importância com o Código de Contabilidade Pública de 1922, que trouxe diretrizes para a contratação de obras e serviços. No entanto, foi apenas com a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que o país passou a contar com um marco legal mais abrangente e detalhado, regulando os processos licitatórios e promovendo princípios como isonomia, legalidade, publicidade e eficiência.
Nos dias atuais, com o avanço da tecnologia, a história da licitação entra em uma nova fase, marcada pelo uso de plataformas digitais, como o pregão eletrônico, e pela busca de maior transparência e controle social. A nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/2021) surge como um passo importante na modernização do sistema licitatório brasileiro, consolidando práticas mais ágeis e eficazes, alinhadas às exigências do século XXI.